sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Programa "Sem Limites", da Globo

Recentemente, conversei com algumas pessoas que se mostravam horrorizadas com as atrocidades que a Globo promove no seu (suposto) reality show "No Limite". Também, pudera: as atrocidades que os participantes precisam fazer para alavancar a audiência do programa são completamente repugnantes.

Mostrar em rede nacional pessoas comendo olhos de cabra, peixe vivo e ovos chocados, com pintinhos completamente formados e prestes a nascer ajudam a banalizar o valor da vida para além de nossa própria espécie. Aconteceram protestos em caráter nacional, parcamente divulgados pelos meios de comunicação, em especial o do Rio de Janeiro, que foi em frente à sede da Globo e foi noticiado pelo portal Terra. O manifesto que atraiu os participantes foi o seguinte:

"A indignação toma conta das pessoas providas do mínimo de sensibilidade. A Rede Globo de Televisão, famosa pela manipulação de notícias, nos brinda agora com baixaria criminosa em busca de audiência.
O programa NO LIMITE incita seus participantes a cometerem crimes ambientais, envolvendo a crueldade com animais (como partir peixes vivos ao meio com dentadas, comendo-os ainda vivos; retirar pintos de dentro de ovos, comendo-os em seguida; perseguir e matar galinhas, forjando um falso estado de necessidade), em troca de dinheiro. Há também a apologia a estes crimes, além de formação de quadrilha para cometê-los.
Em contrariedade com a lei, a Globo deseduca as presentes e futuras gerações, quando deveria promover a educação ambiental, por meio de provas inteligentes e éticas.
Tortura e abuso criminoso contra animais indefesos não é a lição que queremos receber em nossas casas. Animais não são coisas, nem propriedade humana a ser abusada de acordo com interesses comerciais de uma emissora de TV.
Em nome desta indignação, os brasileiros que ainda possuem algum senso crítico exigem que as autoridades constituídas tomem as medidas cabíveis para coibir e punir os atos criminosos desta emissora e seus mandatários, que só colaboram para a formação de uma sociedade cada vez mais injusta, desigual e sem qualquer perspectiva ética.
Portanto, estão convocadas manifestações em frente às sedes e sucursais da Rede Globo em diversas cidades brasileiras, exigindo o fim de suas atividades criminosas, além do posicionamento das autoridades legais."

Diversas comunidades no orkut surgiram em repúdio ao programa e a mobilização surtiu efeito. No Limite foi proibido de continuar divulgando os maus-tratos aos animais, graças à Associação Protetora dos Animais:

O juiz de Direito Gustavo Henrique Cardoso Cavalcante, da Comarca de Trairi, determinou "a imediata proibição da gravação e exibição, no programa "No Limite", de provas que envolvam animais de quaisquer espécies, bem como a gravação e exibição de cenas em que se submetam animais a maus tratos". A decisão foi proferida no dia 15/9 e o diretor geral do programa, José Bonifácio Brasil de Oliveira, o "Boninho", foi intimado para o cumprimento da ordem, sob as penas legais.

O processo nº 2009.0026.8968-8/0 é uma ação civil pública ambiental (com pedido liminar) de autoria do MP/CE contra a TV Globo (Globo Comunicações e Participações S/A). O MP acatou a denúncia da União Internacional Protetora de Animais (UIPA) que enviou cenas gravadas do programa nos dias 30/7, 2/8, 13/8 e 16/8, nas quais os participantes matam galinhas com golpes de faca, comem olhos de cabra, assim como se alimentam de peixes vivos e "embriões" de galo.
Em sua decisão, o magistrado afirma que "o tratamento ao qual foram submetidos os referidos animais vivos é de translúcida e gratuita crueldade e objetivaram tão somente o transpor de uma prova e a conquista de audiência televisiva com a exibição de cenas bizarras, atraentes a muitos, em detrimento do respeito aos demais seres vivos e à vida, fazendo-se uma dissimulada apologia à indiferença de sua destruição".

O juiz fixou ainda, multa diária de R$ 50 mil para o caso de descumprimento da proibição, por cada programa exibido em desobediência à determinação judicial, com base no artigo 798 do CPC e artigos 4º, 5º, 11 e 12 da lei 7.347/85.

Quem, assim como eu, não assiste a esse programa medonho, pode se certificar das atrocidades nesse link: http://nolimite.globo.com/NoLimite/Noticias/0,,MUL1269277-17299,00-REVEJA+PROVA+ESTOMAGO+TESTA+LIMITE+DOS+PARTICIPANTES.html
Fontes:
http://portalimprensa.uol.com.br/portal/ultimas_noticias/2009/09/16/imprensa30872.shtml
http://www.anda.jor.br/?p=20799
Reportagem do Terra sobre os manifestantes: http://diversao.terra.com.br/nolimite4/interna/0,,OI3947105-EI14145,00-Grupo+se+reune+em+frente+a+Globo+para+protestar+contra+No+Limite.html

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

"Cogito, ergo sum"

A questão da existência talvez seja uma das mais enigmáticas dentre as questões fundamentais da vida. Não faz sentido crer que eu não existo se eu penso, então a angústia proveniente da dúvida absoluta muitas vezes pode nos fazer admitir certezas prontas e acabadas; certezas estas, contudo, que também são dignas de investigação.

A semente da dúvida, plantada no nosso inconsciente, pode nos trazer frutos - um alento para a investigação racional. A coragem é latente e é condição necessária para tal, onde o "viajante" goza num orgasmo intelectual, ainda que tenha descoberto ainda mais perguntas do que respostas.

A questão da existência passa pela consciência, já que se alguma coisa existe, pode-se partir do princípio de que aquele que pensa de fato produz alguma coisa, donde é factual o próprio pensamento em si e, portanto, aquele que o detém é igualmente factual, ou seja: existe.

Essa seria a primeira certeza absoluta no combate ao relativismo, se as coisas fossem assim tão simples. É difícil duvidar da própria existência quando aquele que é ato percebe que alguma coisa acontece no que denomina-se vida. A ausência de possibilidade de uma gnose, nesse caso, relacionar-se-ia com a morte, ou simplesmente a idéia do nada, uma ausência sem passado nem futuro.

A existência deveria ser, para nós, algo absolutamente irrefutável e a angústia dessa impossibilidade remonta o drama da finitude. Há uma forçosa relação de parentesco onde as conseqüências e o fim é sempre mórbido: ainda que a existência seja factual, em breve ela deixará de sê-lo.

Não há escapatória para a não-existência, e ainda que o pensamento seja um alento de esperança para a possibilidade de existirmos, o sentido das coisas precisa ser urgentemente importado para que seja possível suportar a dúvida absoluta e a angústia de pensar a existência.

Obs.1: Tenho evitado "papagaísmos", então o leitor querendo saber o que diz especificamente Descartes ou a História da Filosofia em geral, recomenda-se verificar na fonte.
Obs.2: Dane-se a "reforma" ortográfica.




Uma pequena historinha (com H). Clique para ampliar!




quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Charges de Moisés!


Profeta espertinho...



Moisés nas Olimpíadas!!



O primeiro e último dia de trabalho no novo emprego: salva-vidas!