terça-feira, 20 de outubro de 2009

"Pensar e ser é o mesmo" Parmênides

Qual a distinção entre o que sou e o que penso? Aparentemente, ambas as coisas são fundidas, logo somos aquilo que pensamos. Então, através do desejo, temos condições de moldar nossa existência através de nossos atos.

Todas as minhas experiências são por mim processadas e, aliadas à minha predisposição genética, faz-me o que sou hoje. Se eu agisse, pensasse e reagisse a isso de outra forma, seria outra pessoa e não eu. Onde se encaixa nesse cenário o livre-arbítrio? Se nossas escolhas são direcionadas por um pacote de experiências e pela personalidade – cuja própria genética também não trata-se de uma decisão – seriam elas realmente escolhas ou somente um caminho inevitável, partindo do que se é e de como o mundo se apresenta para nós?

Mas, se ser é de fato o mesmo que pensar, ele estaria vinculado necessariamente à questão da existência enquanto ente pensante, excluindo-se assim tudo o que é não-pensante do âmbito do ser. O ser, nesse caso, está além do pensamento, não se relaciona com ele. A visão do ser exclusivamente pensante, restringindo a uma perspectiva humana, é por demais limitada. Talvez o pensamento tão-somente legitime aquele mesmo ser que pensa.

Duas questões a serem desenvolvidas a respeito desse tema poderiam ser: a) O ato de pensar está inserido no ser ou é o próprio? b) O pensamento nada mais é do que ato do ser pensante?