segunda-feira, 15 de março de 2010

Sartre - "A existência precede a essência"

Na foto: Simone de Beauvoir, Sartre e Che Guevara, em 1960.

A existência precede a essência? Levando em conta que de fato nós existimos e se considerarmos isso um problema resolvido, poderíamos afirmar que possuímos alguma essência?


Definiríamos a essência como algo que seja imutável e que nos caracterize desde os nossos primórdios; algo que faz com que eu seja eu e não o outro; algo que sem ele eu seria uma outra coisa qualquer; algo que o tempo não seja capaz de perecer antes da morte (mas que talvez até persista além dela na memória dos outros sobre mim).

Será que não há, necessariamente antes da existência, uma essência que possa me definir enquanto tal? Ora, se é possível alguma definição qualquer que seja, é por que a essência já está ali, presente; não como sendo algo extrínseco, mas que seja eu próprio, não o todo, mas a parte que é necessária para me caracterizar. Nesse caso, supõe-se que há um meio-termo entre não-existência e essência, ou seja, um momento em que a minha existência não me caracteriza, e então nesse meio-termo eu existo tão-somente enquanto coisa.


Mas, a partir de que momento desenvolve-se minha essência? Se ela é desenvolvida, é provável que seja mutável. Então, o que faz da minha “essência”, de fato uma essência, se ela própria está em desenvolvimento? Se a minha essência com o tempo se modifica, por que ela me caracteriza de forma única se ela também modificou-se comigo?

Humor - Jesus e a morte!