sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Diagnósticos Parapsicológicos?

Inumeráveis diagnosticadores - Segundo Marc Brivet, presidente da "Associação para o Reconhecimento da Radiestesia Médica" (até agora não conseguiram e esperemos que não consigam!) havia em 1954 na França mais de 40.000 pessoas que praticavam a radiestesia. Quase todos se arriscavam a "estabelecer diagnósticos e a tratar doentes".

O Dr. Colinon e o grande parapsicólogo Robert Amadou após suas pesquisas, não acham este número exagerado. E o número vai sempre em aumento. Acrescentemos os outros diagnosticadores não-radietesistas, evidentemente mais numerosos. E em outras partes do mundo. E ficaremos assombrados com o número ingente de curandeiros diagnosticadores no mundo.


Radiestesia - O nome radiestesia, no seu sentido específico e etimológico (perceber radiações), não corresponde à realidade, salvo em raríssimas ocasiões.
Os teóricos da radiestesia argumentam (?) que é possível perceber as radiações cerebrais que correspondem aos diversos estados de saúde, da mesma forma que as percebe o eletroencefalógrafo. "O receptor biológico, o homem, é mais sensível do que o receptor físico, o eletroencefalógrafo", afirmam.

--É verdade, no inconsciente existe a Hiperestesia (direta: HD; e indireta do pensamento: HIP, como provamos na 1ª serie sobre "A prodigiosa sabedoria do inconsciente", ou no libro "A Face Oculta da Mente). Mas isto não quer dizer que esteja provada, para estes casos, a radiestesia. Analogia não é argumento.

Não negamos que um radiestesia possa captar, até sem contato, por hiperestesia inconsciente, essas mínimas emissões elétricas do cérebro de outra pessoa, como inconscientemente se captam muitas "radiações humanas". Mas ainda ficaria o problema por parte do inconsciente do radiestesista da interpretação dessas captações. Mas ainda fica o problema da manifestação ao consciente.

Não negamos que em algum caso essa captação e interpretação possa se manifestar por movimentos da mão ampliados pelo pêndulo. Mas, neste caso, o fenômeno entraria de cheio no terreno dos fenômenos parapsicológicos. Não seria um fenômeno comum e regular como pretendem os radiestesistas. Seria um fenômeno parapsicológico, não um fenômeno orgânico comum e portanto essencialmente irregular, incontrolável como todo fenômeno parapsicológico e sujeito a mil erros pela intervenção do psiquismo inconsciente e seu vasto e complexíssimo mundo.


A Catedral de Milão, iniciada no século XIV (1386) e terminada no século XIX (1813). O “misterioso” repicar dos sinos foi no século XVII.
Diagnóstico por radiestesia?
A mesma coisa, ou muito mais!, devemos dizer com respeito às demais afirmações dos radiestesistas sobre o diagnóstico "médico".

O radiestesista compara a radiação humana vital (?) com as radiações das substâncias químicas de um órgão sadio, que seriam diferentes das dos órgãos doentes. Pondo-se o remédio na mão do doente, o pêndulo giraria numa direção quando o remédio é conveniente; na direção contrária quando desaconselhável, e ficaria quieto quando o remédio fosse inútil. Inclusive, pela amplitude dos movimentos do pêndulo, determinar-se-ia o grau de conveniência ou inconveniência do remédio, e o grau de acerto ou erro do diagnóstico. Idênticos poderes se teriam para a localização de órgãos afetados, etc.


Nenhuma destas afirmações está comprovada. Ao contrário, comprovou-se cientificamente que são falsas. Alguma vez também o radiestesista pode acertar, como pode errar pelos inumeráveis fatores de erro do psiquismo. Porque a radiestesia é uma de tantas técnicas ou mancias, "a gosto do consumidor", para a manifestação dos conhecimentos e adivinhações, erros, invenções ou associações do inconsciente, como a psicografia, "oui-já", movimentos do copo ou da mesa, projeção alucinatória na bola de cristal ou cristalomancia, oniromancia, etc.

A radiestesia "médica", por conseguinte, entra de cheio no âmbito escuro do curandeirismo.

Repercussão orgânica - O Dr. Calligaris, professor de Fisiologia na Universidade de Roma e parapsicólogo, entre milhares de experiências sobre as placas epiteliais cita a que indicaria, por exemplo, se a quantidade de alimento, veneno ou remédio, que se tem na mão, está ou não dentro dos limites máximos compatíveis com a saúde normal daquela pessoa nesse momento. O mesmo aconteceria tocando-se na fotografia ou num manuscrito que descrevesse esses remédios, etc.
As experiências do Dr. Calligaris, são muitas e impressionantes. Mas também, em primeiro lugar, precisam ser confirmadas, como ele mesmo confessa. Em segundo lugar, a reação em tais placas corresponderia, como percebe Calligaris, à adivinhação inconsciente a respeito das substâncias em questão, não a um influxo das substâncias, ou da sua fotografia, ou do manuscrito..., sobre o organismo do radiestesista.

Também desta maneira podem-se explicar alguns diagnósticos e receitas dos curandeiros. Seria uma espécie de HIP ou HIE (veja-se a serie ou livro citados): o curandeiro adivinharia através das excitações das placas ou através de outra série de reflexos, o pensamento ou mesmo a adivinhação inconsciente do próprio consulente. Não é um fenômeno orgânico, mas parapsicológico. Adivinhação de adivinhação. O curandeiro se exporia, pois, a inúmeros erros por duplo motivo.

Diagnóstico em sonhos - O diagnóstico divinatório de doenças empregou outras inumeráveis técnicas, sendo relativamente comum em todas as épocas e civilizações. Por exemplo, a oniromancia ou adivinhação através dos sonhos.
Sem cair, de um lado, nos exageros dos ocultistas, magos, adivinhos, nem, de outro lado, nos exageros e abusos inclusive de certos psicanalistas freudianos, não há dúvida de que a oniromancia tem algum fundamento e, concretamente, para o diagnóstico de doenças. Tem sido usada desde a Antigüidade. É evidente, porém, que com enorme perigo de subjetivismo e erro, confundindo eventualidade com regularidade!
Já os sacerdotes médicos gregos analisavam os sonhos para diagnosticar o estado humoral ou surpreender nos seus começos certos processos morbosos. Descreveremos alguns casos em próximos artigos.
Aristóteles alude a isso. Em seus tratados de Medicina, Hipócrates e Galeno tratam dos diagnósticos por sonhos. Hipócrates inclusive aprendeu grande parte dos seus conhecimentos de Medicina estudando as descrições das doenças e remédios sonhados, tal como se conservavam nas inscrições do templo de Esculápio, em Cós, cidade onde ele nasceu e viveu. O grande médico Galeno, nascido na Ásia Menor, no ano 129 d.C., afirmava que em algumas ocasiões ele mesmo sonhara não só com o diagnóstico, mas também com o modo de tratar certas doenças.

O inconsciente avisa - Esses eventuais sonhos de diagnóstico até muito precoce são explicados perfeitamente pelo talento do inconsciente, que simboliza e exagera os mínimos sintomas que capta hiperestesicamente (rarissimamente por telepatia, extrasensorial).
Abundam os exemplos. Os Drs. Meunier e Masselon citam o caso de uma menina que, em sonhos, sentia que lhe apertavam a cabeça com um torno. Pouco depois se apresentavam sintomas de meningite.

Os Drs. Vaschide e Pierón referem o caso de outra menina que sonhara com um carregador que lhe punha sobre o pescoço uma caixa muito pesada: poucas horas depois de acordar, apareceu angina.

Dias antes de surgir uma ferida maligna na perna. A. de Villeneuve sonhou que um cachorro o mordia.

Gessner sonhara que fora picado por uma serpente, surgindo mais tarde no lugar da picada uma úlcera, causa de sua morte.

Macário sentiu em sonhos a garganta fortemente inflamada. Acordou em perfeita saúde. Horas depois se manifestava violenta amigdalite.

Um estudante sonhara que sentia dor no peito e que aumentava ao respirar profundamente, produzindo tosse. Quando acordou, sentiu-se perfeitamente e, por conseguinte, não deu importância ao sonho. Dois dias depois, porém, surgia a febre e dor no lado, tendo o exame revelado inflamação pleural.

São tantos os caos semelhantes que é completamente inaceitável atribuí-los à casualidade. Como também é inaceitável atribuí-los todos, ou na maior parte, à inversão do processo, atribuindo as doenças ao influxo da imaginação excitada no sonho.

Nas antigas experiências de magnetismo e nas modernas de hipnotismo, os casos de "lucidez médica" tem atraído a atenção (às vezes em demasia).

A experiência mais simples e clássica é pôr um hipnotizado em relação com uma pessoa atacada de uma doença qualquer, ignorada pelo pesquisador. Se o próprio doente não sabe com precisão em que consiste sua doença, se não tem instrução do ponto de vista médico-fisiológico, o fator leitura-do-pensamento ficará anulado tanto quanto possível.

Nestas circunstâncias, o hipnotizado tendo entre as suas as mãos do paciente, tentará como que contagiar-se; sentir dor em si mesmo exagerando os sintomas da doença, ou ver os próprios órgãos correspondentes aos afetados no paciente.

Se o hipnotizado é predisposto à lucidez médica, alguma vez poderá por esta espécie de transposição da sensibilidade (pela hiperestesia direta ou indireta), fazer um diagnóstico mais ou menos preciso.

Não é propriamente a "transposição da sensibilidade" o que nos interessa aqui, mas o diagnóstico. A "transposição da sensibilidade", isto é que o dotado sinta no seu próprio corpo a doença do consulente, não é mais do que o modo de expressão da adivinhação do inconsciente, como poderia expressar-se pela escrita automática, pela "brincadeira do copo" e por outras maneiras, até pela dermografia (estigmatização).

O inconsciente do adivinho manifesta seu diagnóstico com dores nas partes do seu próprio corpo, que podem corresponder (ou não!) às realmente doentes no corpo do consulente, presente ou ausente. Também pode experimentar dores em relação a pessoas já falecidas (o que só a falta de lógica própria dos espíritas pode aceitar que estarão ainda doentes "no além"), como por exemplo aconteceu nas experiências realizadas pelo Dr. Osty. Ou em relação a pessoas fictícias ou doenças inexistentes...

Desta maneira se explicam alguns diagnósticos dos curandeiros.

Os êxitos nestes casos de HIP não são regulares, mas certamente são menos raros do que aqueles nos quais nenhum dos presentes conhece a doença e seu tratamento. Se a HIP é pouco freqüente, a ESP (Percepção Extra-Sensorial à distância, do passado e inclusive do futuro) é exceção.

"Numa reunião em nossa casa (...), com a assistência de três conhecidos médicos e uma senhorita recém-apresentada, a vidente (a senhora da casa, D. Maria Amanda Ravagman de Fernández) disse: 'a senhorita tem algo menos bom em seus rins (...) Tem um pouco de albumina'. Um dos médicos presentes, o Dr. Juán A. Schoeder, diretor de Laboratório do Hospital Muñiz, fez no dia seguinte a análise correspondente e encontrou pequena dose de albumina".

Explicação?: conscientemente a Srta. A. não sabia nada da sua própria doença. Mas o inconsciente a sentia. Muito freqüentemente, espíritas mal intencionados se disfarçam até de cristianismo para melhor enganar no exercício do curandeirismo.


Diagnóstico à distância - O inconsciente é hipersensível (hiperestésico) e pode sentir os mínimos sinais ou pródromos absolutamente iniciais de uma doença.

Quando um fato se refere a nós mesmos (ou a seres ligados a nós afetivamente) e, se além disso, é um fato importante, precisamente por isso o fato está mais excitado no nosso inconsciente e mais facilmente é captado pelo adivinho. É o fenômeno chamado HIE: Hiperestesia sobre o Inconsciente Excitado.

Com o chamado mecanismo "em L" ou "a três", alguém capa de nosso inconsciente alguma coisa que nós temos inconscientemente adivinhado com respeito a uma terceira pessoa. Se consultarmos um adivinho ou curandeiro sobre a saúde de parente, alguma vez pode adivinhar. Mas, se lhe perguntarmos por carta, dificilmente adivinhará: a manifestação da ESP é raríssima, mas não é tão rara a manifestação da HIP.

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