domingo, 16 de agosto de 2009

Autoridade ilegítima sobre mim

Não reconheço a lei da situação
Quando a vida estremece desde o princípio
Atordoando-me a razão
No suficiente porre que anestesia o ofício.

N'adoração de um povo pobre em maldição
Não retirareis de mim o lícito
E noutra terra, sem colaboração
Abandono o caos que tortura este município.

Não há irmão que a mão estenda. Então
A democracia tirana que sacia o malefício
Maneja a faca que dilacera Platão
Sem perceber iminente precipício.

Este povo pobre sem guarnição
Vê sua carne apodrecer e sorri por princípio
Corrobora neste país a anestesia da diversão
Corroendo a mente num tempestuoso vício.


Esta autoridade ilegítima sobre mim corrompe-me a voz; mantém seu poder através do medo e da auto-preservação, enquanto obriga-me a decidir quem terá o "direito" de mandar em mim pelos próximos anos. Nego-me a aceitá-los. Não concedo-lhes este poder e não tenho representantes nessa democracia prostituta.

A seguir, um texto interessantíssimo de Louise de La Vallière:
Na democracia, um partido sempre dedica suas principais energias tentando provar que o outro partido não está preparado para governar. Em geral, ambos são bem sucedidos e têm razão. A democracia substitui o compromisso feito por uma minoria pela eleição feita à mercê de uma maioria incompetente. A democracia constitui necessariamente um despotismo, uma vez que estabelece um poder executivo contrário à vontade geral. Sendo possível que todos decidam contra um, cuja opinião pode diferir, a vontade de todos não é, então, a de todos, o qual é contraditório e oposto à liberdade. A política dos governantes sábios consiste em esvaziar a mente dos homens e encher-lhes o estômago. Um povo que sabe demais é difícil de se governar. Aqueles que julgam promover o bem-estar de uma nação, espalhando nela a instrução, enganam-se e arruínam a nação. Manter o povo na ignorância: eis o caminho da salvação. Que é a democracia senão a arte de mentir a propósito? Há uma infinidade de erros políticos que, uma vez cometidos, tornam-se princípios. Quando a briga entre facções for intensa, o político se interessa, não por todo o povo, mas pelo setor a que ele pertence. Os outros são, na opinião deles, estrangeiros, inimigos, e até mesmo piratas. Não nego os direitos da democracia; mas não me iludo a respeito de como se fará uso desses direitos enquanto for escassa a sabedoria e abundar o orgulho. Os eleitores e os eleitos. Se estes são maus é porque aqueles são piores. A democracia é o processo que garante que não seremos governados melhor do que merecemos. A diferença entre uma democracia e uma ditadura consiste em que na democracia você pode votar antes de obedecer as ordens. A democracia não é mais que um poder arbitrário constitucional que substituiu outro poder arbitrário constitucional. Os políticos fazem política como as meretrizes fazem amor: por ofício. A democracia é a arte de mascarar de interesse geral o que não passa de simples interesse particular.

Nenhum comentário:

Postar um comentário