segunda-feira, 27 de setembro de 2010
A República, Livro IV
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
10 Razões que provam: cerveja é melhor que religião
Haha!! Vi isso num blog e achei o máximo! Segunda-feira que vem voltamos à seriedade com o 4º livro da República :P
Viva la cerva!
10. Ninguém vai te matar por não beber cerveja.
9. Cerveja não lhe diz como fazer sexo.
8. Cerveja nunca causou uma grande guerra.
7. Eles não forçam cerveja em menores que não conseguem discernir o melhor pra si.
6. Quando você tem cerveja, você não vai bater nas portas das pessoas tentando doá-la.
5. Ninguém nunca foi queimado na fogueira, enforcado ou torturado por sua marca de cerveja.
4. Você não tem que esperar mais de 2.000 anos para tomar uma segunda cerveja.
3. Existem leis dizendo que os rótulos da cerveja não podem mentir para você.
2. Você pode provar que tem uma cerveja.
1. Se você dedicou sua vida a cerveja, há grupos para ajudá-lo.
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
A República, Livro III
Tema: A formação dos guardiões e de outras classes na idealização da cidade
Na busca de moldar o guardião ideal desde a sua infância, Sócrates – juntamente com Adimanto – determinam que tais homens deveriam ser livres e recear mais a escravidão do que a própria morte.
Não seria permitido aos guardiões ter acesso à quaisquer poemas que falasse sobre o Hades, deus dos infernos, ou mesmo de um Deus que destinasse ao homem o mal.
Propuseram, pois, um modelo contrário a este, nas conversações e nas poesias. Eliminar-se-iam também “lamentações e lástimas de homens famosos”. (76)
Sócrates alega que estes homens não devem ser muito propensos ao riso, pois na maior parte das vezes em que alguém se entrega a um riso excessivo, este lhe provoca uma transformação da mesma forma excessiva, e seria inadmissível que se representem homens dignos de estima sob o domínio do riso.
Os “donos” de toda a verdade, ou seja, de toda a informação censurada aos demais membros da comunidade, seriam os líderes da cidade, e só a eles compete mentir, para o interesse da própria cidade. A todas as demais pessoas não seria lícito esse recurso.
Aos guerreiros, restava-lhes a reclusão; não poderiam ter ambição ou sequer receber agrados ou presentes. Para que isso se tornasse possível, obrigar-se-ia os poetas a negar as atitudes dos poetas de outrora, enfraquecendo deuses e sucumbindo os homens. Haveria de se convencer os jovens de que os deuses são incapazes de realizarem coisas más, e equiparar-se-ia os homens aos heróis.
Muito se conversou também sobre o modelo de orador ideal, visto que estes influenciariam os homens. No seu estilo constaria a imitação e a narração simples. Contudo, dependendo da natureza do discurso, a imitação teria uma menor participação – isso aplicar-se-ia em discursos longos, e não admitir-se-ia queixas e lamentações.
Sócrates visa, com intervenções de Glauco, também educar os guardiões através da música, procurando “artistas de mérito, capazes de seguirem a natureza do belo e do gracioso, a fim de que os nossos jovens, à semelhança dos habitantes de uma terra sadia, tirem proveito de tudo que os rodeia, de qualquer lado que chegue aos seus olhos ou ouvidos uma emanação das obras belas, tal como uma brisa transporta a saúde de regiões salubres, e predispondo-os insensivelmente, desde a infância, a imitar e a amar o que é reto e razoável (...)”. (95) A finalidade da música culminaria no amor ao belo.
Após a música, é através da ginástica que educar-se-iam os jovens. Seria preciso que eles se exercitassem, por intermédio da música, desde a infância ao resto da vida.
A alimentação também foi um ponto levantado por Sócrates, posto que os guardiões seriam os atletas da maior das disputas. Seria necessário um regime apurado aos guerreiros, para que se mantenham como os cães: sempre em alerta, para que vejam e ouçam com maior acuidade e, mesmo na alternância nutricional, mantenham intacta uma excelente saúde.
Os médicos dessa cidade seriam os mais hábeis, haja vista que desde a infância começaria a aprender a sua arte, e “tivessem tratado o maior número de corpos e os mais doentes” (103) e estes ‘supermédicos’ curariam a doença corpórea a partir da ‘doença’ da alma.
Da natureza dos juízes – no diálogo entre Sócrates e Glauco, chega-se à conveniência de que os juizes precisam não ser novos, mas velhos, tendo aprendido tarde o que é a injustiça e que a tenha conhecido sem apoderar-se dela; outrossim, estudando-a “como uma estranha” (104), na observação de outrem. O juiz precisa aprender a injustiça na sabedoria, e não através de sua própria experiência. O pensamento central da questão é que um homem de boa alma é necessariamente bom, e esse é o caráter ideal para capacitar um homem de julgar os outros.
Para aqueles sem solução, seja por enfermidades, seja por caráter, o destino nessa cidade dos sonhos seria único: a morte. Sócrates comenta sobre os incorrigíveis, e nada poderia abalar a estrutura da comunidade.
Indo-se mais a fundo no contexto sobre o constituir-se da cidade, chega o turno de decidir quais os mais capazes para sentar no trono mais alto da hierarquia: quais seriam os mandatários? Seguindo uma lógica já anteriormente abordada no diálogo, Sócrates não hesita em determinar que os mais velhos seriam estes entes, e caberia aos jovens a obediência.
Mas também entre os mais velhos se deveria escolher os melhores. Exigir-se-ia inteligência, autoridade e dedicação à coisa pública. Escolher-se-ia, entre os guardas, os que, “após um exame, nos parecerem que poderão fazer, durante toda a sua vida e com toda a boa vontade, o que considerarem proveitoso à cidade, sem nunca consentirem em agir em detrimento do Estado”. (108)
Estas pessoas seriam observadas em todas as fases da vida, treinadas desde a infância, no intuito de que se observe que se mantenham fiéis às máximas estabelecidas e, independentemente do calor dos acontecimentos, não se desfaçam do trabalho imperativamente a favor da cidade e para o bem desta.
Far-se-iam testes a partir das primeiras fases da vida, e aqueles que não fossem aprovados, iriam gradativamente sendo eliminados e destinados à funções hierarquicamente inferiores. Só restariam aqueles que “se lembrem dela, [da máxima de considerar o maior bem da cidade]” (109), restariam aqueles que são difíceis de “seduzir”.
E então, impor-se-iam trabalhos, dores, combates e uma série de adversidades para certificar-se desse empenho desejado, para que haja certeza de tal constância.
Por fim, estas pessoas enfrentariam uma terceira prova, “a da sedução, e observá-los: assim como se conduzem os potros no meio dos ruídos e tumultos para ver se são medrosos, é necessário, durante a sua juventude, transportar os guerreiros ao meio dos objetos assustadores, depois reconduzi-los aos prazeres, para descobrir – com muito mais cuidado do que se experimenta o ouro pelo fogo – se resistem ao encanto e se mostram decentes em todas essas circunstâncias, (...) se são, por último, capazes eminentemente úteis a si mesmos e à cidade”. (110)
Aquele que passasse por todos esses testes e, no julgar dos comandantes, tivesse se saído “puro”, seria nomeado chefe da cidade e lhe caberia todas as honrarias possíveis, em vida e postumamente. Todos os demais seriam excluídos; e assim definir-se-ia quais seriam os chefes e quais seriam os guardas.
Durante diálogo, Sócrates confessa que seu sistema baseia-se no que ele chama de uma “nobre mentira”. Como convencer o simples agricultor de que era incapaz de ser um guardião? Para isso, tentar-se-ia convencer a priori os chefes e soldados, e posteriormente os demais cidadãos, de que tudo que foi ensinado, educando-os e instruindo-os, não passava de sonho; que, de fato, eram criados no “seio da terra”, eles e tudo o que lhes pertence, e depois de tê-los formados inteiramente, a terra, “a sua mãe, lhes deu à luz; que, por isso, devem considerar a região que habitam como sua mãe e ama, defendê-la contra quem a atacar e tratar os outros cidadãos como irmãos, filhos da terra como eles”. (111)
Desta forma, recorrer-se-ia à religiosidade para manter a população fiel; falar-se-ia que Deus deu a alguns a arte de comandar e por isso são os mais preciosos. E assim sucessivamente, como se sua aptidão fosse, na verdade, uma dádiva divina. O Estado apenas estava descobrindo através dos testes o que já havia sido pré-selecionado por Deus.
Das habitações dos guardiões – todos os bens nas habitações dos guardiões serão comuns a todos os guardas, exceto os de primeira necessidade. Nenhum teria qualquer outro imóvel como, por exemplo, uma outra casa ou uma loja, onde qualquer pessoa possa entrar. A alimentação será fornecida pelos concidadãos, como forma de pagamento pelo serviço prestado como guardas da cidade, e somente o suficiente para que não haja excedente. Tomarão as refeições juntos e viverão permanentemente como soldados em campanha. Em relação aos bens materiais, ser-lhes-ão dito que é suficiente o metal que os acompanha na alma, pois o metal terreno é indigno de ser manejado por uma classe por demais privilegiada na ótica de Deus e em sua função em relação à cidade. E eles serão os únicos que terão o “privilégio” de não tocar em quaisquer objetos em ouro ou prata.
Mas há de fato uma “res” pública em todo esse sistema proposto, afinal, sendo todos irmãos, todos teriam chance de alcançar o topo da hierarquia, assim como os seus filhos. O oposto também é verdadeiro, um filho de um chefe poderia ser reprovado nos testes e tornar-se um artesão, ou pertencer a qualquer outra atividade que lhe fosse pertinente.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
A República, Livro II
Personagens: Sócrates, Glauco e Adimanto.
Glauco, pois, decidiu fazer o papel de Trasímaco, para que assim Sócrates pudesse convencê-lo de fato a respeito das virtudes da justiça.
Glauco observa três espécies de bens: o primeiro o qual se busca sem esperar conseqüências; o segundo trata-se de bens que ama-se por si mesmos, como o bom senso ou a visão. Já o terceiro trata-se de bens dos quais se busca um retorno direto, como uma profissão lucrativa.
Sócrates discorda da maioria dos homens, pois cria na “mais bela (...), na dos bens que, por si mesmos e por suas conseqüências, deve amar aquele que quer ser plenamente feliz”. (42)
Glauco, então insatisfeito com os argumentos de Sócrates a Trasímaco, procura entender o que geralmente se entende por justiça e qual sua origem; que aqueles que praticam-na não o fazem por vontade própria; que têm razão para agirem assim, dado que a vida do injusto, a priori, é muito melhor que a do justo.
Dentre os rodeios de que Glauco aborda o assunto, comenta sobre o senso comum de que é bom cometer a injustiça e mau sofrê-la. A origem da essência da justiça situar-se-ia em cometer impunemente a injustiça e sofrê-la quando se é incapaz de vingança.
Entre os extremos opostos expostos por Glauco, a justiça é vista como falta de opção e não como um bem em si mesma. Glauco sustenta que, tendo o justo a oportunidade e o poder de cometer injustiças, ele não hesitaria, ou seja, ninguém seria justo por vontade própria.
O injusto, na argumentação de Glauco, é capaz de reverter-lhe uma situação desfavorável, se quer ser superior na injustiça, além do que o lado mais extremo da injustiça seria dissimulado, ou seja, parecer-se-ia justo não o sendo.
Já o justo precisaria ser despojado de tudo – exceto da própria justiça – e que se faça dele o oposto do anterior. Sua virtude seria posta à prova, não se deixando enfraquecer por uma má fama e suas conseqüências.
O desenvolver argumentativo de Glauco é tal que deixa o próprio Sócrates sem palavras para defender a justiça. Neste cenário, aparece a figura de Adimanto, que amiúde evoca a relação entre homens e deuses na sua defesa da justiça: “Todos esses discursos, amigo Sócrates, e muitos outros que se fazem sobre a virtude, o vício e a estima que lhes dedicam os homens e os deuses, que efeito cremos que produzam na alma do jovem dotado de bom caráter que os ouve e é capaz, saltando de uma opinião à outra, de extrair daí uma resposta a esta pergunta: o que se deve seguir para atravessar a vida da melhor maneira possível?” (pág. 49)
Adimanto, contudo, solicita de Sócrates que não se atenha tão-somente na prova de que a justiça é superior à injustiça; ele pede que mostre-se os efeitos que cada uma produz por si mesma na alma onde se encontra; o que faz de uma ser um bem, e a outra, um mal.
Sócrates, tomado pelos belos discursos de Glauco e Adimanto, reconhece que pensava ter demonstrado, contra Trasímaco, a superioridade da justiça sobre a injustiça, mas percebe que tais asserções não foram suficientes aos irmãos.
Visto ser difícil buscar entender a natureza da justiça no indivíduo, Sócrates recorre ao exemplo de uma cidade imaginária para que a partir dela se descubra a semelhança com o indivíduo.
Assim, Sócrates examina o porquê do nascimento das cidades, o que há por trás do interesse dos homens, e com esse aglomerado, todas as suas conseqüências. Ele propõe, pois, que construam uma cidade em pensamento cujos alicerces serão as suas necessidades. Assim se sucede a respeito da alimentação, moradia, vestuário, etc. Para cada necessidade, haveria ao menos algum homem para provê-la. A partir daí, cada um desempenharia sua função para toda a comunidade.
Sócrates sustenta que cada cidadão deverá trabalhar de acordo com sua própria aptidão, e para sua melhor eficiência, que seja num só ofício. Produzir-se-iam mais coisas e em menos tempo quando cada um segundo suas aptidões, se entrega a um único trabalho. É sugerido, ainda, o trabalho de importação e exportação, de modo que a cidadela de alguma forma deveria produzir excedente.
Sócrates reconhece a necessidade humana para além do necessário e descobre dessa maneira a origem da guerra, “nessa paixão que é, no mais alto grau, geradora desse flagelo tão funesto para o indivíduo e a sociedade”. (60)
Para assegurar os bens produzidos, Sócrates fala sobre a questão dos guardiões do Estado, que exigiriam mais tempo livre e também mais arte e aplicação. Há de se escolher os mais habilitados, mais capacitados também para essa função, por natureza, para defender a cidade.
O guardião teria uma natureza filosófica, de temperamento irascível, que reconheça os seus e desconheça os demais, assemelhando-se a um cão fiel. Sócrates conclui que só poder-se-á admitir o homem que seja manso com seus amigos e conhecidos e, por natureza, filósofo e ávido por aprender.
Dentre os meios a que se visa atingir tal objetivo, do guardião ideal, divaga-se sobre as eventuais fábulas que lhes serão narradas desde a infância, e até mesmo a proposta de um Deus bom, que “não seja a causa de tudo, como se pretende vulgarmente; é a causa apenas de uma pequena parte do que acontece aos homens, e não o é da maior, já que os nossos bens são muito menos numerosos que os nossos males e só devem ser atribuídos a Ele, enquanto para os nossos males devemos procurar outra causa, mas não Deus”. (67-68)
Desta forma, Sócrates e Adimanto concebem duas regras em relação a esse Deus da cidade imaginária: a) Deus não é a causa de tudo, mas tão-somente do bem; b) (Os deuses) não são mágicos que mudam de forma e não nos confundem com mentiras, palavras ou atos. A partir destas regras, segundo Adimanto, extrair-se-iam outras tantas leis.
É difícil imaginar uma relação consolidada nos guardiões entre natureza filosófica e tamanha obediência e parcimônia. Talvez Platão tenha visualizado verdadeiras máquinas reprodutoras de dogmas, assim como em “Admirável Mundo Novo”, de Aldous Huxley.
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
A República, Livro I
Formato: diálogo.
Personagens principais: Sócrates, Glauco (filho de Aríston), Polemarco (filho de Céfalo), Céfalo, Trasímaco de Caledônia.
Personagens scundários (e/ou apenas citados): Adimanto (irmão de Glauco), Nicerato (filho de Nícias), Lísias (irmão de Polemarco), Eutidemo (irmão de Polemarco), Carmantides de Penéia, Clitofonte (filho de Aristônimo), o “servo” de Polemarco.
A narrativa se passa predominantemente em primeira pessoa do singular, alternando algumas vezes para a primeira pessoa do plural, quando refere-se a Sócrates e Glauco.
Numa inicialmente calorosa conversa sobre o que venha a ser “justiça”, Sócrates, Céfalo (e posteriormente seu filho, Polemarco) divagam através da tradicional maiêutica socrática.
Dentre idas e vindas, sempre se tentando chegar a uma conclusão satisfatória, Sócrates questiona Polemarco sobre a fatual função/utilidade do “ser justo”, donde pressupunha-se que justiça seria a prática do bem em relação aos amigos e/ou honestos e que igualmente justo seria prejudicar os inimigos e/ou desonestos. Estas variáveis, entre outras menos importantes estão presentes na primeira metade do diálogo.
Contudo, Trasímaco intervém furiosamente, alegando, por exemplo, que Sócrates não deve fazer tantas perguntas, mas sim satisfazê-los com respostas. Procede que Sócrates amiúde utiliza-se de sua habitual ironia; demonstra-se desejoso de conhecer a verdade e solicita de Trasímaco uma resposta para aquelas questões pertinentes.
Ao Trasímaco afirmar que o justo é o levar vantagem sobre os hierarquicamente mais fracos – fala-se em governos e leis – Sócrates questiona as intenções dos governantes, que podem fazer leis boas ou más, pois são passíveis de se enganarem; e Trasímaco forçosamente há de concordar.
No desenrolar do diálogo, Sócrates faz Trasímaco chegar à seguinte conclusão: “também justo é fazer o que é desvantajoso para os governantes e para os mais fortes, quando os governantes, inadvertidamente, dão ordens que lhes são prejudiciais, porquanto tu afirmas ser justo que os governados façam o que ordenam os governantes (...), não decorre necessariamente que é justo fazer o contrário daquilo que dizes? Com efeito, ordena-se ao mais fraco que faça o que é prejudicial ao mais forte”. (21-22)
Trasímaco, laconicamente considerou ser justo o que é vantajoso para o mais forte. Todavia, com o desenrolar do raciocínio, Sócrates fê-lo concordar que toda arte e ciência não existe para si mesma, e sim para o sujeito da qual ela exerce sua função. Desse contexto à analogia do Estado, foi breve.
O sofisma de Trasímaco, porém, o mantém firme em sua posição de que o injusto, com seus devidos privilégios, é mais feliz e pleno em relação ao justo, e passa a recusar-se a contra-argumentar após proferir longo discurso parodiando a linguagem sofista.
Na aparente ausência de sentido no discurso de Trasímaco, Sócrates insiste em afirmar que os governantes governam para os governados, e não para eles próprios. Sócrates menciona três formas de salário aos que concordam em governar: dinheiro, honra ou castigo, “se por ventura se recusarem” (30). Refere-se a ele como o salário dos melhores, denominando tais governantes de virtuosos quando se resignam a fazê-lo; ao passo que considera o amor à honra e ao dinheiro como algo vergonhoso. Homens de bem, segundo ele, não devem governar nem por honra nem por dinheiro. Portanto, sem ambição e lucro, é necessário que haja “obrigação e castigo” para governar.
Tomar o poder de livre vontade, sem que a necessidade a isso obrigue, pode ser considerado vergonha, “e o maior castigo consiste em ser governado por alguém ainda pior do que nós, quando não queremos ser nós a governar”. (30)
Após alguns rodeios através dos sofismas de Trasímaco, Sócrates, através de sua brilhante interrogativa, dilacera as contradições de seu oponente, uma a uma. Relutantemente, Trasímaco admite a possibilidade de que o justo assemelha-se ao homem sábio e bom, e o injusto ao homem mau e ignorante; associando-se a justiça à virtude e a injustiça ao vício.
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Especial - A República, de Platão
a) 06 de setembro de 2010 - Livro I
b) 13 de setembro de 2010 - Livro II
c) 20 de setembro de 2010 - Livro III
d) 27 de setembro de 2010 - Livro IV
e) 04 de outubro de 2010 - Livro V
f) 11 de outubro de 2010 - Livro VI
g) 18 de outubro de 2010 - Livro VII
h) 25 de outubro de 2010 - Livro VIII
i) 1º de novembro de 2010 - Livro IX
j) 8 de novembro de 2010 - Livro X
Espero que eu possa contribuir para que tenham uma prazerosa leitura.
Abraços!